Dos vários fenômenos misteriosos que o sistema nervoso pode experimentar, o delírio e a alucinação talvez sejam os que tiveram maior permeabilidade cultural.
Falamos "delírio" para toda e qualquer ação que consideramos exagerada, e "você está alucinando" para qualquer ideia equivocada. Apesar da regularidade no uso dessas palavras, raramente utilizamos elas da maneira correta.
🎭 Na psicopatologia, delírio é a interpretação equivocada da realidade. Pessoas que experimentam esse fenômeno podem achar que estão sendo perseguidas por indivíduos que estão próximos, ou vigiadas por imagens na TV (delírio persecutório); ou até mesmo acreditar que guardam habilidades desejadas, que tentarão a todo custo roubarem dela (delírio de grandeza).
Apesar de comumente associado a pessoas que sofrem de mazelas psiquiátricas, o delírio é uma manifestação de interesse clínico geral pois comumente afeta pacientes internados por longos períodos, e por muitas vezes ajuda na piora do caso.
🎃 A alucinação, por sua vez, é definida pela psicopatologia como uma confusão sensorial que leva o indivíduo a ver, ouvir, e/ou sentir algo que não existe.
Apesar da palavra alucinação vir do latim "alucinari" que pode ser traduzida como "delírio", a alucinação se diferencia pelo seu caráter predominantemente sensorial. Podemos interagir com pacientes que afirmam saber que suas manifestações não são reais mas não conseguem evitá-las pois sentem como se elas fossem. Como alguém que não acredita em abduções alienígenas mas não consegue evitar a sensação de estar sendo abduzido, até o ponto de precisar se segurar em um objeto fixo que lhe dê segurança.
A alucinação é um fenômeno de grande complexidade ainda em estudo dentro da ciência. Sabemos que o telencéfalo participa ativamente na produção dos signos manifestados, mas não sabemos até qual ponto os nervos periféricos atuam no desencadear desses fenômenos. Uma grande parcela da população pode experimentar alucinações de vários tipos ao longo da vida, muitas das vezes causadas pela privação sensorial. Por exemplo, é comum ouvirmos sons quando existe monotonia sonora; ou enxergarmos vultos quando estamos muito tempo focados em um ponto. O livro "a mente assombrada" do autor Oliver Sacks é um prato cheio para quem quer entender mais sobre esse fenômeno que para muitos pode ser incapacitante.
Falamos "delírio" para toda e qualquer ação que consideramos exagerada, e "você está alucinando" para qualquer ideia equivocada. Apesar da regularidade no uso dessas palavras, raramente utilizamos elas da maneira correta.
🎭 Na psicopatologia, delírio é a interpretação equivocada da realidade. Pessoas que experimentam esse fenômeno podem achar que estão sendo perseguidas por indivíduos que estão próximos, ou vigiadas por imagens na TV (delírio persecutório); ou até mesmo acreditar que guardam habilidades desejadas, que tentarão a todo custo roubarem dela (delírio de grandeza).
Apesar de comumente associado a pessoas que sofrem de mazelas psiquiátricas, o delírio é uma manifestação de interesse clínico geral pois comumente afeta pacientes internados por longos períodos, e por muitas vezes ajuda na piora do caso.
🎃 A alucinação, por sua vez, é definida pela psicopatologia como uma confusão sensorial que leva o indivíduo a ver, ouvir, e/ou sentir algo que não existe.
Apesar da palavra alucinação vir do latim "alucinari" que pode ser traduzida como "delírio", a alucinação se diferencia pelo seu caráter predominantemente sensorial. Podemos interagir com pacientes que afirmam saber que suas manifestações não são reais mas não conseguem evitá-las pois sentem como se elas fossem. Como alguém que não acredita em abduções alienígenas mas não consegue evitar a sensação de estar sendo abduzido, até o ponto de precisar se segurar em um objeto fixo que lhe dê segurança.
A alucinação é um fenômeno de grande complexidade ainda em estudo dentro da ciência. Sabemos que o telencéfalo participa ativamente na produção dos signos manifestados, mas não sabemos até qual ponto os nervos periféricos atuam no desencadear desses fenômenos. Uma grande parcela da população pode experimentar alucinações de vários tipos ao longo da vida, muitas das vezes causadas pela privação sensorial. Por exemplo, é comum ouvirmos sons quando existe monotonia sonora; ou enxergarmos vultos quando estamos muito tempo focados em um ponto. O livro "a mente assombrada" do autor Oliver Sacks é um prato cheio para quem quer entender mais sobre esse fenômeno que para muitos pode ser incapacitante.
Então de agora em diante vamos tentar usar esses termos de maneira correta. Tipo "minha esposa está delirando..." quando ela interpretar que você escondeu o cartão de crédito para ela parar de comprar na shopee; quando você quebrou ele para ela nunca saber que você gastou todo o limite comprando jogos.
Referências:
MATTISON, MLP. Delirium. Ann Intern Med, v. 173, n. 7, p. ITC49-ITC64, 6 out. 2020. DOI: 10.7326/AITC202010060. PMID: 33017552.
GURNEY, Edmund. Alucinações. Rev. Latinoam. Psicopatol. Fundam. [online], v. 16, n. 2, p. 280-317, jun. 2013. ISSN 1984-0381.
BARLOW, David H.; DURAND, V. Mark. Psicopatologia: Uma Abordagem Integrada. 8. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2016.





